A Entrada no Mercado de Trabalho: O Desafio do Estigma
CEPAP - Centro Paulista de Psicologia
O primeiro obstáculo que muitas pessoas com TEA encontram é o próprio processo seletivo para poder exercer uma atividade laboral. Apesar de terem as habilidades necessárias para executar tarefas com competência, as pessoas com autismo frequentemente enfrentam dificuldades em aspectos como a comunicação interpessoal, interpretação de linguagem não verbal e uma sensação de desconforto em ambientes sociais, características comuns do transtorno.
Essas dificuldades podem ser interpretadas de maneira equivocada por recrutadores e empregadores, que podem considerá-las como “desinteressada”, “insegura” ou “incapaz de se adaptar ao ambiente corporativo”. Infelizmente, esses estigmas muitas vezes resultam em exclusão ou na falta de oportunidades, independentemente das qualificações reais do candidato.
Além disso, a falta de entendimento sobre as manifestações do autismo pode levar a um estigma adicional: o medo de que o autista possa ser uma “dificuldade a mais” para a equipe. Isso ocorre, em grande parte, pela falta de informações sobre o espectro autista e suas diversas formas de expressão.
Permanência no Mercado de Trabalho: Superando Barreiras e Encontrando Adaptações
Após conseguir uma oportunidade de trabalho, os desafios para as pessoas com autismo não desaparecem. Muitos enfrentam dificuldades em adaptar-se a normas sociais, como interações constantes com colegas, comunicação informal ou a gestão de conflitos. Além disso, ambientes de trabalho com muitas distrações ou mudanças rápidas podem ser desafiadores.
A permanência no mercado de trabalho exige, muitas vezes, adaptações. Porém, nem sempre há a disponibilidade de acomodações necessárias para que a pessoa com TEA desempenhe seu trabalho com eficiência e bem-estar. Algumas adaptações simples, como espaços mais tranquilos para trabalhar, horários flexíveis ou instruções claras e objetivas, podem ser fundamentais para o sucesso e a permanência de autistas no mercado de trabalho.
Infelizmente, muitos empregadores ainda não compreendem plenamente as necessidades das pessoas com TEA e não investem em treinamentos adequados ou em práticas inclusivas. Esse fator contribui para a rotatividade mais alta no mercado de trabalho, o que prejudica não apenas as oportunidades de inclusão, mas também o potencial de crescimento e desenvolvimento profissional da pessoa.
No Cepap lutamos por mais oportunidade para pessoas com TEA através da conscientização e cuidado dos nossos pacientes, faça parte desse movimento conosco e compartilhe esse blog nas suas redes sociais!
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