O período da adolescência é visto como difícil e cheio de atritos, não só pelos adultos, mas também pelos próprios adolescentes. Para o adolescente, este período se caracteriza por sentimentos contraditórios, principalmente quanto aos pais. Os adolescentes lutam por independência mas, na verdade, temem a independência excessiva. Eles não conseguem tolerar controle ou proteção demasiada, mas precisam da segurança da atenção dos pais.

O adolescente vive uma fase de revisão de tudo que já aprendeu até então. As estruturas de personalidade ainda não estão completamente definidas e, portanto, existe muita mobilidade – no sentido de criar novas alternativas. Nesta etapa tudo pode ser modificado. Por isso, a adolescência é uma época ótima para iniciar um trabalho de psicoterapia, pois o adolescente experimentará a si mesmo no mundo e por isso o material que surgirá na sua terapia é a representação do que conseguiu ser e construir até então.

Os objetivos da psicoterapia são definidos com cada adolescente, já que cada um pode estar vivenciando experiências singulares. A psicoterapia pode oferecer ao jovem um espaço de reflexão para suas questões centrais, que podem estar associadas às mudanças corporais e hormonais, à turbulência emocional inerente a essa fase da vida, às dificuldades de relacionamento familiar e social, às dúvidas quanto à escolha de uma profissão, às questões da intimidade e sexualidade, dentre outras.

O atendimento clínico psicológico para um adolescente pode ser buscado tanto pela família do paciente como por ele próprio. Por se compreender que a etapa da adolescência é marcada, dentre outros aspectos, pela construção e afirmação do “quem sou eu”, em contraposição aos referenciais familiares e parentais, o psicoterapeuta costuma marcar a primeira entrevista com o adolescente, para que depois seja possível iniciar qualquer atendimento e acompanhamento psicológico.

As sessões acontecem semanalmente, com duração de 50 minutos e, em função das características de cada adolescente, a comunicação com a psicóloga pode se realizar verbalmente (através da fala espontânea do atendido) e/ou por intermédio de recursos gráficos e lúdicos (desenho, pintura, colagem, brinquedos e jogos).

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